quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um tempo


Vamos recomeçar a começar,
começar a recomeçar,
ou queres acabar?
Vamos dar um tempo...

Juro


HEI-DE QUERER SEMPRE O AMOR QUE ME PROMETESTE QUANDO MO DESTE. JURO.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Menina mulher


Primeiro a tua mão sobre ...


Primeiro a tua mão sobre o meu seio.
Depois o pé - o meu - sobre o teu pé.
Logo o roçar urgente do joelho
e o ventre mais à frente na maré.

É a nádega-carne que se instala.
É a linha do dorso que se inscreve.
A mão agora impõe, já não embala
mas o beijo é carícia, de tão leve.

O corpo roda: quer mais pele, mais quente.
A boca exige: quer mais sal, mais morno.
Já não há gesto que não se invente,
ímpeto que não ache abandono.

Então já a maré subiu de vez.
É todo o mar que inunda a nossa cama.
Afogados de amor e de nudez
somos a maré alta de quem ama.

Por fim o sono calmo, que não é
senão ternura, intimidade, enleio:
o meu pé descansando no teu pé,
e a tua mão dormindo no meu seio.

Rosa Lobato Faria, in "Os Deuses de Pedra"

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os olhos são a paisagem...e mudam.


Sei de ti



Sabes de mim?
Sei.
Porque te procurei no local mais remoto e te achei no escuro.
Chamei por ti quando estavas do outro lado e ouvi responderes-me baixinho.
Fui ver-te quando chovia e não havia promessas de sol e tu gostaste disso.

Sabes de mim?
Sei.
Porque toquei no que tens de mais fundo, nas raízes que rompem a terra e tu deixaste.
Corri para ti de braços abertos, adivinhei o teu corpo e correspondeste.
Sei de onde vens e hei-de saber para onde vais amanhã, o amanhã de um qualquer dia.

Sabes de mim?
Sei.
Porque ouço, sem pressa, o teu coração e porque o deixas bater para mim sem medo.
Sei dos teus silêncios, das noites, mas também conheço as flores do teu jardim e os teus dias.
Consigo escutar-te, penetrar-te, saber-te, consigo ler-te, consigo ter-te.

Sabes de mim?
Sei.
Sei amar-te.
Sim.
Sei de ti!
Rita

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Porque era azul

Porque era azul o limite da distância
Porque era azul o beijo da loucura
assim eu fugia em silêncio
lúcida e é bria
procurando na noite o abrigo mais inteiro.

As mãos, guardei-as no poema e a carícia circulou
nas palavras que não dissemos
com medo de as sabermos reais.

Maria Graciete Besse