segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os olhos são a paisagem...e mudam.


Sei de ti



Sabes de mim?
Sei.
Porque te procurei no local mais remoto e te achei no escuro.
Chamei por ti quando estavas do outro lado e ouvi responderes-me baixinho.
Fui ver-te quando chovia e não havia promessas de sol e tu gostaste disso.

Sabes de mim?
Sei.
Porque toquei no que tens de mais fundo, nas raízes que rompem a terra e tu deixaste.
Corri para ti de braços abertos, adivinhei o teu corpo e correspondeste.
Sei de onde vens e hei-de saber para onde vais amanhã, o amanhã de um qualquer dia.

Sabes de mim?
Sei.
Porque ouço, sem pressa, o teu coração e porque o deixas bater para mim sem medo.
Sei dos teus silêncios, das noites, mas também conheço as flores do teu jardim e os teus dias.
Consigo escutar-te, penetrar-te, saber-te, consigo ler-te, consigo ter-te.

Sabes de mim?
Sei.
Sei amar-te.
Sim.
Sei de ti!
Rita

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Porque era azul

Porque era azul o limite da distância
Porque era azul o beijo da loucura
assim eu fugia em silêncio
lúcida e é bria
procurando na noite o abrigo mais inteiro.

As mãos, guardei-as no poema e a carícia circulou
nas palavras que não dissemos
com medo de as sabermos reais.

Maria Graciete Besse

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fénix


Levanta os olhos do chão mulher.


Usa este baton vermelho que te dou.


Ajeita o cabelo.


Estende a mão ao copo.


Vem celebrar o que aí vem.


Cabeça erguida.


Deixa as serpentes...


Dança mulher.


Os saltos ficam-te bem.


Não te sentes melhor?


O que queres tens, ou não é assim?


Fuma o teu cigarro.


Belas mãos.


Não te incomodes.


És bonita, sabes?


Graciosa.


Sorri neste recomeço.


Vem brindar os teus olhos nos meus olhos.


É assim que te vejo sempre.


Mulher, agora sabes quem és.


Outra vez fogo.



És tu em cima.



O chão em baixo.



Rita