
Na noite que entretanto cai
Depois do sol posto nos meus braços,
Cansado e a dormir profundamente
Penso em ti com calma e com doçura.
Nesse olhar …eu sinto que tenho tempo
E com esse tempo tenho lugar…
E em vez do sol apagado
Mas quente no meu regaço,
É a tua cabeça que eu afago
E quase o sol que eu abafo.
Leio na face o que te vai na alma
E escuto com o coração atento
O que a tua expressão não conta.
Interiorizo todos os gestos perdidos,
As palavras contidas,
As intenções travadas
E as lágrimas escondidas;
Absorvo tudo…saboreio.
Esgoto a tua presença ausente!
No dia que entretanto chega,
Depois do sol se levantar do meu regaço,
De mim,
Acordo e não te vejo…
E chega uma sensação gelada e triste
E o meu coração emudece.
E tristemente conformado se rende
Ao já habitual ser cansado e rouco,
Ao abandono, à ausência e à saudade.
Penso…
Novo dia virá,
Novo dia se porá.
Acalmo sem calma, coisa difícil essa…
Novo pôr-do-sol te trará…
Te trará fugaz,
Embora uns minutos apenas,
Embora delírio encantado,
Nos meus joelhos sentado.
O meu colo permanecerá sempre aqui.
Para ti mesmo que ausente.
Para ti.
Para o sol.
Para o abraço.
Rita
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